a) Ambiente em que a
entrevista se dá: quais são os equipamentos disponíveis? Mobiliário? Que
impacto esse ambiente pode ter na percepção do sujeito atendido?
O ambiente da anamnese psiquiátrica é um consultório, no qual
o mobiliário é o convencionalmente encontrado, e onde a mesa se apresenta como
uma barreira física que distancia o profissional de saúde do paciente,
possivelmente causando algum tipo de nervosismo ou ansiedade no paciente.
O ambiente da sessão de terapia foi uma sala de uma
residência, composta por móveis de cores neutras, e que trazia um certo
conforto, harmonia e calma para o paciente. Os móveis estavam dispostos de modo
que o profissional de saúde e o paciente teriam um campo de visão claro um do
outro, mas a distância, neste caso, tornava-se a barreira física entre eles,
demarcada pela presença de uma pequena mesinha no centro da sala.
b) Apresentação do
profissional de saúde: Como se veste? Como cumprimentou o sujeito? Como se
apresentou? Que impacto essa apresentação pode ter na percepção do sujeito
atendido?
O psiquiatra apresentou-se todo vestido de branco, se
apresentou e cumprimentou o sujeito de forma natural, no entanto, manteve-se sentado na sua cadeira. Este profissional fez a seguinte pergunta:
“Você já é doente a quanto tempo?”, deixando na percepção do sujeito atendido
já o impacto dele ser doente.
O psicólogo usava vestimentas formais, semelhantes às do
paciente, abriu a porta da residência, cumprimentou o paciente e mandou-o
entrar, havendo assim, um maior contato humano, e trazendo um pouco de
naturalidade, acolhimento e tranquilidade à consulta. Este profissional
perguntou: “Como você se sente?”, deixando assim o paciente explanar e não
inferindo sobre seu estado de saúde-doença.
c) Apresentação do
sujeito: Como se veste? Como cumprimentou o profissional? Como se apresentou?
Que impacto essa apresentação pode ter na percepção e na construção de hipótese
diagnóstica pelo profissional?
O sujeito da consulta psiquiátrica usava vestimentas mais
simples, comuns do dia-a-dia, cumprimentou o profissional com respeito e trazia
uma certa submissão ao responder às perguntas do psiquiatra. Este sujeito
possuía uma dificuldade de fala e raciocínio, talvez decorrente de sua
enfermidade, talvez decorrente de medicamentos utilizados, alicerçando assim, a
percepção do profissional na hipótese diagnóstica.
O sujeito da sessão de terapia apresentou-se bem vestido,
bastante esclarecido e direto sobre o seu objetivo e desejo a ser alcançado
para o término daquela sessão. Assim, o psicólogo teve a percepção durante a
sua construção de hipótese diagnóstica sobre os recursos que poderia utilizar
para se alcançar o motivo da angústia, assim como, para ajudá-lo na compreensão
de si mesmo.
d) Tipos, formatos e
quantidades de perguntas realizadas por ambos os profissionais.
O psiquiatra utilizou a entrevista clínica composta por
várias perguntas já estabelecidas para a obtenção dos dados e a construção do
perfil do paciente.
O psicólogo utilizou a narrativa livre, composta por poucas
perguntas, possibilitando ao paciente falar livremente, e o uso do eco para
incentivar o prosseguimento das explanações.
e) Entonação de voz dos
profissionais.
Ambos os profissionais utilizaram a entonação baixa e direta,
sem traços de emoções.
f) Comportamento não
verbal dos profissionais e dos sujeitos: o que a postura corporal e as
expressões faciais indicam? Estão em sintonia?
O psiquiatra mantinha-se praticamente do mesmo modo,
alterando apenas em escrever e a voltar a olhar e se comunicar com o paciente.
O psicólogo utilizou também de linguagem corporal, em se
mexer para frente e para trás para dar ênfase em perguntar e ouvir.
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