REFERÊNCIA
BIBLIOGRAFICA: BENSEÑOR I.M.
(2013). Anamnese,
exame clínico e exames complementares como testes diagnósticos. Rev Med (São
Paulo), 2013. p.236-41.
“ A principal
ferramenta de que o médico dispõe para fazer o diagnóstico das queixas
apresentadas pelo paciente são a anamnese e o exame físico (...). Hampton et
al. no cenário da medicina ambulatorial inglesa, mostrou em 80 pacientes que a
anamnese isolada era responsável por 82,5% dos diagnósticos, anamnese mais
exame físico eram responsáveis por mais 8,75% e que anamnese, exame físico e
exames complementares eram responsáveis por mais 8,75%. Sandler, também na Inglaterra,
mostrou em 630 pacientes que a anamnese era responsável por 56% dos
diagnósticos, anamnese mais exame físico por mais 17% e o restante era
responsabilidade de exames complementares dirigidos à queixa específica do paciente.” p. 237
“(...) estudo realizado
na Índia que entre 100 pacientes, a anamnese foi responsável pelo diagnóstico
de 78,5%, anamnese associada ao exame físico por mais 8,2% dos diagnósticos e anamnese
associada aos exames físico e complementares por mais 13,3% dos diagnósticos.” p. 237
“(...) um exame de laboratório
ou de imagem, sempre recebemos a informação sobre a sensibilidade e a
especificidade do teste; mas quando pensamos em um dado de anamnese ou de
alguma manobra do exame clínico nunca temos essa informação emboratanto os
dados da anamese quanto os dados do exame clínico também tenham suas
respectivas sensibilidade e especificidade.“
p. 237
“Ao invés de complicar,
o conhecimento da sensibilidade de uma manobra do exame clínico aumenta
capacidade do médico fazer diagnósticos em uma primeira consulta.” (BENSEÑOR, 2013, p. 237)
“A anamnese e o exame
físico dão ao médico todas as ferramentas de que ele necessita para fazer o
diagnóstico, permite que sejam afastadas hipóteses diagnósticas, e permite
ainda a identificação de pacientes em estágios iniciais de doenças que poderiam
levar a morte. Além disso, tirar uma história e realizar um exame físico são elementos
venerados da arte da medicina, sendo a melhor
série de testes
diagnósticos que já existiram.” p. 238
“Não existe nenhum
conflito entre a anamese, o exame clínico e os exames complementares. Todos têm
seu papel na investigação diagnóstica. Mas há sim uma ordenação que deve ser
mantida e começar pela anamese e terminar pelos exames complementares.” p. 240
“Os gastos com saúde
são finitos e limitados ao orçamento de prefeituras, estados e do país como um
todo. Mesmo em um hospital terciário há restrições a realização desses exames
causada pela grande procura e o número de aparelhos e de operadores disponíveis.
“ p. 240
REFERÊNCIA
BIBLIOGRAFICA: As Diretrizes
brasileiras no manejo da tosse crônica - J. bras. pneumol. vol.32 suppl. 6 São Paulo Nov. 2006: 403-410.
“Os principais
benefícios da tosse são: eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento
da pressão positiva pleural, o que determina compressão das vias aéreas de
pequeno calibre, e através da produção de alta velocidade do fluxo nas vias aéreas;
proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos; é o mais
efetivo meca mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar, como acontece
na mucoviscidose, asma e discinesia ciliar; proteção contra arritmias
potencialmente fatais (ao originar aumento de pressão intratorácica).” p. 403
“O mecanismo da tosse
requer um complexo arco reflexo iniciado pelo estímulo irritativo em receptores
distribuídos pelas vias aéreas e em localização extratorácica. O início deste
reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os receptores difusamente
localizados na árvore respiratória, e posteriormente ele é enviado à medula. Os
receptores da tosse podem ser encontrados.”
p. 404
“As principais causas
de tosse crônica podem guardar entre si a característica comum de haver envolvimento
inflamatório incidindo nas vias aéreas. Isso foi verificado pela existência de
maior número de mastócitos e eosinófilos nos pacientes não asmáticos e com
tosse crônica do que nos controles utilizados. Foi também observada elevada
concentração de eosinófilos em lavado broncoalveolar nos portadores de tosse
variante da asma e nos asmáticos propriamente ditos, quando comparados ao grupo
controle.” p. 405
“Apesar da falta de
estudos prospectivos com grande casuística, a experiência clínica indica que as
maiores causas de tosse aguda são as infecções virais das vias aéreas
superiores, em especial o resfriado comum, e das vias aéreas inferiores, com destaque
para as traqueobronquites agudas. “ p. 406
“A traqueobronquite
aguda é responsável por mais de 10 milhões de consultas médicas por ano nos
EUA. Apesar de todos os avanços na área da saúde, persiste como um dos maiores
motivos de uso desnecessário de antibióticos. O diagnóstico provável dá-se com
o paciente com infecção respiratória aguda manifestada predominantemente por
tosse, com ou sem expectoração, que pode ou não ser purulenta, com duração
inferior a três semanas, e sem evidência clínica e/ou radiológica de resfriado
comum, sinusite, exacerbação da DPOC ou crise de asma. A etiologia é viral na
maioria dos casos, “ p. 406
“A suspeita de
rinossinusite bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma virose das vias
aéreas superiores pioram após o quinto dia ou persistem por mais de dez dias. A
presença de dois ou mais sinais maiores ou de um sinal maior e dois menores são
altamente sugestivos de sinusite aguda. São sinais maiores: cefaléia, dor ou
pressão facial, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal ou pós-nasal
purulenta, hiposmia ou anosmia, e secreção nasal ou pós-nasal purulenta ao
exame. São sinais menores: febre, halitose, odontalgia, otalgia ou pressão nos ouvidos
e tosse.” p. 407
“O tratamento é
fundamentalmente sintomático, com hidratação oral e uso de antitérmicos e analgésicos.
Anti-histamínicos de primeira geração associados a descongestionantes podem ser
úteis nos casos de tosse com drenagem pós-nasal. Antitussígenos e
anti-inflamatórios têm pouco valor terapêutico.” p. 407
“Na avaliação do
paciente com tosse aguda é fundamental identificar, através da história
clínica, exame físico e quando necessário de propedêutica, casos de tosse
devidos a crise de asma, exacerbação da DPOC, bronquiectasias infectadas e
descontrole de rinossinusopatia.” p. 407
“Na avaliação de
pacientes com tosse aguda é fundamental pesquisar a exposição a fatores
alérgicos, ambientais ou ocupacionais que tenham relação temporal com o início
ou piora da tosse. O afastamento da exposição, quando não houver doença
respiratória pré-existente, como asma ou rinite, pode tornar desnecessário o
uso de medicamentos para controle dos sintomas.” p. 408
“Uma história clínica
cuidadosa permite um diagnóstico clínico na maioria das vezes, sem a
necessidade de investigação adicional ou de tentativas terapêuticas, sendo esta
anamnese e o exame físico a primeira etapa na investigação da tosse crônica. Estes
dois instrumentos têm sido úteis no diagnóstico da tosse em até 70% dos casos.” (p. 409)
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