domingo, 20 de março de 2016

SESSÃO 05: Fichamentos de Adinailton Delmiro

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:  BENSEÑOR I.M. (2013). Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes diagnósticos. Rev Med (São Paulo), 2013. p.236-41.


“ A principal ferramenta de que o médico dispõe para fazer o diagnóstico das queixas apresentadas pelo paciente são a anamnese e o exame físico (...). Hampton et al. no cenário da medicina ambulatorial inglesa, mostrou em 80 pacientes que a anamnese isolada era responsável por 82,5% dos diagnósticos, anamnese mais exame físico eram responsáveis por mais 8,75% e que anamnese, exame físico e exames complementares eram responsáveis por mais 8,75%. Sandler, também na Inglaterra, mostrou em 630 pacientes que a anamnese era responsável por 56% dos diagnósticos, anamnese mais exame físico por mais 17% e o restante era responsabilidade de exames complementares dirigidos à queixa específica do paciente.”  p. 237

“(...) estudo realizado na Índia que entre 100 pacientes, a anamnese foi responsável pelo diagnóstico de 78,5%, anamnese associada ao exame físico por mais 8,2% dos diagnósticos e anamnese associada aos exames físico e complementares por mais 13,3% dos diagnósticos.” p. 237
  
“(...) um exame de laboratório ou de imagem, sempre recebemos a informação sobre a sensibilidade e a especificidade do teste; mas quando pensamos em um dado de anamnese ou de alguma manobra do exame clínico nunca temos essa informação emboratanto os dados da anamese quanto os dados do exame clínico também tenham suas respectivas sensibilidade e especificidade.“  p. 237
“Ao invés de complicar, o conhecimento da sensibilidade de uma manobra do exame clínico aumenta capacidade do médico fazer diagnósticos em uma primeira consulta.” (BENSEÑOR, 2013, p. 237)

“A anamnese e o exame físico dão ao médico todas as ferramentas de que ele necessita para fazer o diagnóstico, permite que sejam afastadas hipóteses diagnósticas, e permite ainda a identificação de pacientes em estágios iniciais de doenças que poderiam levar a morte. Além disso, tirar uma história e realizar um exame físico são elementos venerados da arte da medicina, sendo a melhor
série de testes diagnósticos que já existiram.”  p. 238 

“Não existe nenhum conflito entre a anamese, o exame clínico e os exames complementares. Todos têm seu papel na investigação diagnóstica. Mas há sim uma ordenação que deve ser mantida e começar pela anamese e terminar pelos exames complementares.” p. 240

“Os gastos com saúde são finitos e limitados ao orçamento de prefeituras, estados e do país como um todo. Mesmo em um hospital terciário há restrições a realização desses exames causada pela grande procura e o número de aparelhos e de operadores disponíveis. “ p. 240




REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA:  As Diretrizes brasileiras no manejo da tosse crônica - J. bras. pneumol. vol.32  suppl. 6 São Paulo Nov. 2006: 403-410.



“Os principais benefícios da tosse são: eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão positiva pleural, o que determina compressão das vias aéreas de pequeno calibre, e através da produção de alta velocidade do fluxo nas vias aéreas; proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos; é o mais efetivo meca mecanismo quando existe lesão ou disfunção ciliar, como acontece na mucoviscidose, asma e discinesia ciliar; proteção contra arritmias potencialmente fatais (ao originar aumento de pressão intratorácica).” p. 403
  
“O mecanismo da tosse requer um complexo arco reflexo iniciado pelo estímulo irritativo em receptores distribuídos pelas vias aéreas e em localização extratorácica. O início deste reflexo dá-se pelo estímulo irritativo que sensibiliza os receptores difusamente localizados na árvore respiratória, e posteriormente ele é enviado à medula. Os receptores da tosse podem ser encontrados.”  p. 404

 “As principais causas de tosse crônica podem guardar entre si a característica comum de haver envolvimento inflamatório incidindo nas vias aéreas. Isso foi verificado pela existência de maior número de mastócitos e eosinófilos nos pacientes não asmáticos e com tosse crônica do que nos controles utilizados. Foi também observada elevada concentração de eosinófilos em lavado broncoalveolar nos portadores de tosse variante da asma e nos asmáticos propriamente ditos, quando comparados ao grupo controle.” p. 405

 “Apesar da falta de estudos prospectivos com grande casuística, a experiência clínica indica que as maiores causas de tosse aguda são as infecções virais das vias aéreas superiores, em especial o resfriado comum, e das vias aéreas inferiores, com destaque para as traqueobronquites agudas. “ p. 406
  
“A traqueobronquite aguda é responsável por mais de 10 milhões de consultas médicas por ano nos EUA. Apesar de todos os avanços na área da saúde, persiste como um dos maiores motivos de uso desnecessário de antibióticos. O diagnóstico provável dá-se com o paciente com infecção respiratória aguda manifestada predominantemente por tosse, com ou sem expectoração, que pode ou não ser purulenta, com duração inferior a três semanas, e sem evidência clínica e/ou radiológica de resfriado comum, sinusite, exacerbação da DPOC ou crise de asma. A etiologia é viral na maioria dos casos, “ p. 406
  
“A suspeita de rinossinusite bacteriana deve ocorrer quando os sintomas de uma virose das vias aéreas superiores pioram após o quinto dia ou persistem por mais de dez dias. A presença de dois ou mais sinais maiores ou de um sinal maior e dois menores são altamente sugestivos de sinusite aguda. São sinais maiores: cefaléia, dor ou pressão facial, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal ou pós-nasal purulenta, hiposmia ou anosmia, e secreção nasal ou pós-nasal purulenta ao exame. São sinais menores: febre, halitose, odontalgia, otalgia ou pressão nos ouvidos e tosse.” p. 407
  
“O tratamento é fundamentalmente sintomático, com hidratação oral e uso de antitérmicos e analgésicos. Anti-histamínicos de primeira geração associados a descongestionantes podem ser úteis nos casos de tosse com drenagem pós-nasal. Antitussígenos e anti-inflamatórios têm pouco valor terapêutico.” p. 407
  
“Na avaliação do paciente com tosse aguda é fundamental identificar, através da história clínica, exame físico e quando necessário de propedêutica, casos de tosse devidos a crise de asma, exacerbação da DPOC, bronquiectasias infectadas e descontrole de rinossinusopatia.” p. 407

 “Na avaliação de pacientes com tosse aguda é fundamental pesquisar a exposição a fatores alérgicos, ambientais ou ocupacionais que tenham relação temporal com o início ou piora da tosse. O afastamento da exposição, quando não houver doença respiratória pré-existente, como asma ou rinite, pode tornar desnecessário o uso de medicamentos para controle dos sintomas.” p. 408
  
“Uma história clínica cuidadosa permite um diagnóstico clínico na maioria das vezes, sem a necessidade de investigação adicional ou de tentativas terapêuticas, sendo esta anamnese e o exame físico a primeira etapa na investigação da tosse crônica. Estes dois instrumentos têm sido úteis no diagnóstico da tosse em até 70% dos casos.” (p. 409)


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