Anamnese, exame clínico e exames
complementares como testes diagnósticos
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BENSEÑOR,
I. M. Anamnese, exame clínico e exames complementares como testes
diagnósticos. São Paulo. 2013, p. 236-241.
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“A
principal ferramenta de que o médico dispõe para fazer o diagnóstico das
queixas apresentadas pelo paciente são a anamnese e o exame físico.” (p. 237)
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“No
cenário da medicina ambulatorial inglesa, mostrou em 80 pacientes que a
anamnese isolada era responsável por 82,5% dos diagnósticos [...]” (p. 237)
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“A
conclusão do estudo é que não se deve pedir uma lista fixa de exames e sim,
solicitar os exames complementares em função da queixa.” (p. 237)
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[Citando
dados de diversos países o texto explana que a anamnese é a maior responsável
pelo diagnostico dos pacientes.]
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“David
Sackett que foi o principal criador dessa iniciativa afirma que a anamnese e
o exame físico dão ao médico todas as ferramentas de que ele necessita para
fazer o diagnóstico, permite que sejam afastadas hipóteses diagnósticas, e
permite ainda a identificação de pacientes em estágios iniciais de doenças
que poderiam levar a morte.” (p. 237-238)
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“Para
interpretação de um teste diagnóstico é necessário o conhecimento de algumas
definições a partir de uma tabela 2x2. Os resultados de um teste diagnóstico
permitem quatro possíveis interpretações: (1) verdadeiro-positivo, quando
positivo na presença da doença; (2) falso-positivo, se o teste revelar-se
positivo em paciente sem a doença; (3) verdadeiro negativo, ao excluir
possibilidade da doença em indivíduo que realmente não a possui; (4)
falso-negativo, ao descartar a doença ela está presente.” (p. 238)
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“Não
existe nenhum conflito entre a anamese, o exame clínico e os exames
complementares. Todos tem seu papel na investigação diagnóstica. Mas há sim
uma ordenação que deve ser mantida e começar pela anamese e terminar pelos
exames complementares.” (p. 240)
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“A
interpretação das informações coletadas na anamnese e no exame clínico como
testes diagnósticos refina o papel desses componentes da investigação clínica
em relação ao diagnóstico final. Saber que a percussão do baço tende a ser
positiva (teste falso-positivo) no paciente que acabou de se alimentar por
causa do estômago cheio e não porque o baço está realmente aumentado, auxilia
na investigação diagnóstica. Antes de pedir um exame de ultrassonografia para
confirmar o diagnóstico de esplenomegalia, talvez seja melhor fazer a
percussão no dia seguinte com o paciente em jejum. Outra questão é a da
priorização dos exames complementares para quem tem mais necessidade. Os
gastos com saúde são finitos e limitados ao orçamento de prefeituras, estados
e do país como um todo. Mesmo em um hospital terciário há restrições a
realização desses exames causada pela grande procura e o número de aparelhos
e de operadores disponíveis. A utilização desse tipo de ferramenta permite
uma priorização dos pacientes que mais precisarão do exame complementar, e
como consequência, leva a um melhor gerenciamento do sistema de saúde como um
todo.” (p. 240)
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As
Diretrizes brasileiras no manejo da tosse crônica.
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As Diretrizes brasileiras
no manejo da tosse crônica - J. bras. pneu-mol. vol.32 suppl. 6 São Paulo
Nov. 2006: 403-410.
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“A
tosse constitui um sintoma de uma grande variedade de patologias [...]Este
sintoma produz impacto social negativo, intolerância no trabalho e familiar,
incontinência urinária, constrangimento público e prejuízo do sono [...]” (p.
403)
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“Aguda:
é a presença do sintoma por um período de até três semanas. Subaguda: tosse persistente
por período entre três e oito semanas. Crônica: tosse com duração maior que
oito semanas.” (p. 403)
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“Existem
dois mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à
entrada de partículas procedentes do meio externo. O primeiro é o clearance
mucociliar, através do qual os movimentos ciliares impulsionam, no sentido
cranial, uma fina camada de muco com partículas a serem depuradas. A tosse,
ocorrendo por meio de ato reflexo, é o segundo mecanismo envolvido neste
sistema de proteção das vias aéreas inferiores, podendo ser voluntária ou
involuntária.” (p. 403)
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“Os
principais benefícios da tosse são: eliminação das secreções das vias aéreas
[...]proteção contra aspiração de alimentos, secreções e corpos estranhos
[...]proteção contra arritmias potencialmente fatais [...]” (p. 403)
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“O
ato de tossir está sob controle voluntário e involuntário, e consiste das
fases inspiratória, compressiva e expiratória, seguindo-se a fase de
relaxamento.” (p. 403)
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“Quanto
maior a fase inspiratória, maior será a eficácia da tosse. [...]Na fase
compressiva existe fechamento da glote por cerca de 0,2 segundos, e ativação
do diafragma e dos músculos da parede torácica e abdominal que [...]comprimem
as vias aéreas e os pulmões. Na fase expiratória há uma abertura súbita da
glote com saída do ar em alta velocidade [...]” (p. 403)
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“São
mecanismos de supressão ou de diminuição da efetividade da tosse: a presença
de anormalidades ou alterações no arco reflexo, que podem tornar os
receptores ineficazes ou pouco efetivos, principalmente após estimulação
repetitiva, o que pode ser observado em crianças ou idosos que aspiraram
corpos estranhos e apresentam muita tosse nos primeiros dias e depois
diminuição ou cessação do ato de tossir” (p. 403)
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“O
reflexo da tosse envolve cinco grupos de componentes: receptores de tosse,
nervos aferentes, centro da tosse, nervos eferentes e músculos efetores.” (p.
404)
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“Os
receptores da tosse podem ser encontrados em grande número nas vias aéreas
altas, da laringe até a carina, e nos brônquios, e podem ser estimulados por
mecanismos químicos (gases), mecânicos (secreções, corpos estranhos),
térmicos (ar frio, mudanças bruscas de temperatura) e inflamatórios (asma,
fibrose cística).” (p. 404)
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“As
principais causas de tosse crônica podem guardar entre si a característica
comum de haver envolvimento inflamatório incidindo nas vias aéreas.” (p. 405)
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“[...]as
maiores causas de tosse aguda são as infecções virais das vias aéreas
superiores, em especial o resfriado comum, e das vias aéreas inferiores, com
destaque para as traqueobronquites agudas.” (p. 406)
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“Uma
história clínica cuidadosa permite um diagnóstico clínico na maioria das
vezes, sem a necessidade de investigação adicional ou de tentativas
terapêuticas, sendo esta anamnese e o exame físico a primeira etapa na
investigação da tosse crônica. Estes dois instrumentos têm sido úteis no
diagnóstico da tosse em até 70% dos casos [...]” (p. 409
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“A
tosse seca ou pouco produtiva é um dos maiores desafios diagnósticos.” (p.
409)
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