- PROPEDÊUTICA:
“sf (do gr propaideúo). Estudo ou
instrução preparatória: Propedêutica
médica. Introdução ou prolegômenos de uma ciência” (Michaellis,
2016).
“É o preparo de um aluno para exercer uma arte ou
ciência. A propedêutica médica, além disso, constitui-se das estratégias
básicas aplicadas pelo clínico para a obtenção de informações sobre os sintomas
do paciente via comunicação verbal (anamnese), observação de sinais através da
inspeção ou através de manobras semiológicas (exame físico), previamente ao uso
de recursos tecnológicos para complementação diagnóstica (exames
complementares). Através dela inicia-se o elo da relação entre o médico e o
paciente através do contato verbal e físico, além dos questionamentos pelo atendente
quanto às necessidades físicas, mentais, sociais, legais e espirituais do
atendido. Este processo demanda tempo e atenção bilateralmente e encontra-se
alijado pela pressa, impaciência e demanda financeira dos novos tempos” (Silva,
2013, pg. 76).
- MÉDICO:
“adj (lat medicu). Que pertence ou se refere à Medicina; medicinal. Que tem por assunto a Medicina. O que exerce ou pode exercer
legalmente a Medicina; clínico. Tudo que pode conservar ou restituir a saúde. M.
assistente: a) o que trata regular e efetivamente do enfermo; b) o
que auxilia outro nas operações. M.-cirurgião: aquele que se dedica à cirurgia. M.-especialista: o que se especializou no
conhecimento de determinados órgãos ou aparelhos e no diagnóstico e tratamento
das afecções exclusivas deles. M. espiritual: confessor; diretor espiritual. M.-feiticeiro,
Sociol: indivíduo que, entre povos primitivos, se especializou
na arte de curar doentes aplicando-lhes práticas mágicas, acrescidas, às vezes,
de medicações empíricas e rudimentares. M.
legista: o que se dedica à medicina legal. M.
operador: o mesmo que médico-cirurgião” (Michaelis, 2016).
Segundo
o Art. 2º da Lei Nº 12.842 de 10 de julho de 2013 que dispõe sobre o exercício
da Medicina, médico é o profissional que tem como objeto de atuação “a saúde do ser humano e das coletividades humanas,
em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo, com o melhor de sua
capacidade profissional e sem discriminação de qualquer natureza”.
“Parágrafo único. O médico desenvolverá suas ações
profissionais no campo da atenção à saúde para:
I - a promoção, a proteção e a recuperação da
saúde;
II - a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das
doenças;
III - a reabilitação dos enfermos e portadores de
deficiências”.
- CLÍNICA:
“sf (gr kliniké). Med Preleção de instrução médica feita em um
hospital ao lado da cama de pacientes que servem de objeto de estudo. Prática ou exercício da Medicina. Estabelecimento onde são admitidos doentes
para tratamento por um grupo de médicos de diversas especialidades, que
praticam a Medicina em conjunto. Clientela de um médico” (Michaelis, 2016).
“O termo “clínica” diz respeito à observação que se
faz à cabeceira do doente. Observação certamente interessada porque coloca
questões e sistemática porque formula hipóteses e tenta verificá-las conforme
certas regras” (Aguiar, 2001, pg. 610).
- DOENÇA:
“sf (lat dolentia). Falta de saúde, enfermidade, indisposição,
moléstia. Processo mórbido definido, com sintomas característicos, que
pode afetar o corpo todo ou uma ou várias de suas partes. Mal. Defeito, vício. Mania. Alterações patológicas das plantas. Tarefa laboriosa ou difícil” (Michaelis,
2016).
“A doença é interpretada pela concepção biomédica
como um desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Este modelo,
fundamentado em uma perspectiva mecanicista, considera os fenômenos complexos
como constituídos por princípios simples, isto é, relação de causa-efeito,
distinção cartesiana entre mente e corpo, análise do corpo como máquina,
minimizando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais. Se, por um
lado, baseados nestes princípios, foram conquistadas importantes transformações,
a partir do século XIX, como o nascimento da clínica, a teoria dos germes de
Pasteur e até os recentes sucessos nos estudos de genética, imunologia,
biotecnologia; por outro têm sido desprezadas as dimensões humana, vivencial,
psicológica e cultural da doença” (Caprara & Franco, 1999, pgs. 650-651).
- PACIENTE:
“(lat paciente). Que tem paciência. Feito com paciência: Trabalho
paciente. Manso, pacífico. Sobre que recai ou se exerce a ação de um
agente. Pessoa que espera com calma, que persevera
com ânimo sereno. Pessoa enquanto na dependência do médico, mesmo para simples
exame. Pessoa em que se pratica uma operação
cirúrgica. Pessoa que padece ou vai padecer. Aquele que recebe a ação praticada por um
agente” (Michaelis, 2016).
“A palavra “paciente” traz implícita a idéia de uma
passividade e de uma posição hierarquicamente inferior, que muitas vezes está
na origem do fracasso terapêutico” (Soar Filho, 1998, pg. 35).
- CUIDADO:
“Pensado,
meditado, refletido: Gesto cuidado. Bem trabalhado, bem feito, apurado. Antôn: descuidado. Desvelo,
diligência, solicitude, atenção. Precaução, vigilância, atenção. Conta, incumbência, responsabilidade. Inquietação de espírito; preocupação. Pessoa ou coisa objeto de desvelos,
precauções ou inquietações. Tratar ou manejar com precaução. Tomar cuidado: precaver-se; ter cautela” (Michaelis,
2016).
“Normalmente quando se fala em cuidado de saúde, ou
cuidado em saúde, atribui-se ao termo um sentido já consagrado no senso comum,
qual seja, o de um conjunto de procedimentos tecnicamente orientados para o bom
êxito de um certo tratamento. (...) uma interação entre dois ou mais sujeitos
visando o alívio de um sofrimento ou o alcance de um bem-estar, sempre mediada
por saberes especificamente voltados para essa finalidade” (Ayres, 2004, pg.
74).
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR F. 2001. Método clínico: Método clínico?
Psicologia: Reflexão e Crítica, v.
14, p. 609-616.
AYRES JRCM. 2004. Cuidado e reconstrução das
práticas de Saúde. Interface -
Comunicação, Saúde, Educação, v. 8, p. 73-92.
BRASIL. Lei
Nº 12.842 de 10 de julho de 2013. Acessado em fevereiro de 2016. Disponível
em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12842.htm>
CAPRARA A & FRANCO ALS. 1999. A relação
paciente-médico: para uma humanização da prática médica. Caderno de Saúde Pública, v. 15, p.647-654.
MICHAELIS – Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa. 2016. Editora Melhoramentos Ltda. Formato
Digital. Acessado em fevereiro de 2016. Disponível em:
<http://www.michaelis.com.br>
SILVA GAR. 2013. O processo de tomada de
decisão na prática clínica: a medicina como estado da arte. Revista Brasileira de Clínica Médica, v.
11, p. 75-79.
SOAR FILHO EJ. 1998. A interação
médico-paciente. Revista da Associação
Médica Brasileira, v. 44, p. 35-42.
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